A miscigenação ou mestiçagem consiste na mistura de raças, de povos e de diferentes etnias. No Brasil, existe uma pluralidade muito grande em relação à mistura de povos, de pessoas que não são descendentes de uma única origem.
Tanto que, pessoas miscigenadas tendem a possuir características de cada uma das raças de que descendem. Um exemplo pode ser alguém com ancestralidade europeia e africana, ou com ancestralidade europeia e indígena.
Só nos Estados Unidos da América, mais de 6,1 milhões de pessoas se autodeclararam multirraciais no censo de 2001.
Conceito de miscigenação
O termo miscigenação pode se referir a um a sociedade multiétnica, com alto grau de heterogeneidade cultural e grande variedade de tipos humanos, porém, não necessariamente, alto grau de miscigenação entre as etnias.
Exemplos de sociedades multirraciais:
- Brasil,
- E.U.A,
- África do Sul,
- Mexico,
- Canadá,
- Austrália,
- França,
- Reino Unido
- e Colombia.
Países como China, Rússia, Argentina e Índia possuem diversidade social e multiétnicas, porém não são propriamente multirraciais, pois a interação entre as diferentes raças é bem menos evidente.
Um dos termos utilizados no Brasil que indica essa diversidade racial é o termo “pardo”, que é amplamente aceito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Moçambique, os mestiços são também chamados de mistos.
Antigamente, utilizavam-se terminologias para especificar a mistura de raças:
- Mulatos para descendentes de brancos e negros;
- Caboclos e mamelucos para descendentes de brancos e indígenas;
- Cafuzos para descendentes de negros e indígenas.
Um fato peculiar é que parece não haver uma terminologia para definir alguém que seja descendente de brancos, índios e negros simultaneamente. A miscigenação é a principal responsável pela mistura, tornando o Brasil tão diversificado em termos de raças.
Origem miscigenação
Miscigenação, na explicação mais grosseira da palavra, é o cruzamento de raças humanas diferentes. Esse processo recebe outras nomenclaturas como mestiçagem ou caldeamento. O mestiço é o indivíduo que nasce de pais de raças diferentes, ou seja, que apresentam constituições genéticas diferentes.
A miscigenação, portanto é:
- A união entre brancos e negros,
- Brancos e amarelos,
- E entre amarelos e negros.
Dito de maneira simples: a união dos grandes grupos de cor em que a espécie humana se subdivide, e que são popularmente conhecidos como raças.
Miscigenação no Brasil
Os ancestrais indígenas no Brasil caracterizavam-se pela diversidade. Já os portugueses vinham de um processo de miscigenação de muitos séculos, de ancestrais variados. O resultado foi a contribuição racial dos fenícios, gregos, romanos, judeus, árabes, visigodos, mouros, celtas e escravos africanos.
Nossos ancestrais, com mais de 15 gerações do século XVI ao XVIII, formaram a constituição genética da população brasileira. As principais características dos brasileiros são provenientes da mistura entre africanos, portugueses e índios. Essa mistura deu origem a três tipos fundamentais de mestiços, como já foi explanado:
- Os mulatos, que eram mestiços de negros e brancos, eles construíram a economia litorânea do Brasil.
- Os caboclos ou mamelucos, como são conhecidos, eram mestiços de brancos e índios, eles povoaram o interior e seguiram em direção ao oeste.
- E os cafuzos, que eram mestiços de índios e negros, eram uma minoria e povoaram algumas partes das regiões Norte e Nordeste.
Vamos falar um pouco então dos nossos ancestrais:
Os povos indígenas
Os indígenas já pertenciam às terras de solo brasileiro desde antes do descobrimento do Brasil. Os principais grupos são:
- Karajá,
- Bororo,
- Kaigang e
- Yanomani.
No tempo em que os indígenas habitavam pacificamente a região, sua população era de quase 2 milhões de pessoas.
Os povos africanos
Os escravos negros provenientes da África sofreram a migração involuntária, onde eram capturados e trazidos para o Brasil. Isso se deu principalmente entre os séculos XVI e XIX. Nessa época desembarcaram milhões de negros africanos, que vieram como escravos para trabalhar no cultivo da cana-de-açúcar e do café.
Os imigrantes europeus e asiáticos
Os portugueses foram os primeiros imigrantes a chegarem ao Brasil. Após esse período, desembarcaram italianos, espanhóis, alemães e japoneses. Estes representaram mais de oitenta por cento do total da população.
Foram muitos imigrantes que desembarcaram em solo brasileiro, principalmente na primeira metade do século XX. Muitos deles eram europeus, mas houve também os asiáticos, onde podemos destacar os japoneses, sírios e libaneses.
Ou seja, a genética brasileira está mesclada por diversas etnias. Chama-se de mestiço o indivíduo que nasce a partir da miscigenação étnica.
Conceito de raça pura
Infelizmente, na metade do século 19 surgiu um conceito catastrófico de que a raça ariana era superior às demais. Segundo o biólogo Danilo Vicensotto, da Universidade de São Paulo (USP), “A raça ariana seria supostamente a linhagem mais pura dos seres humanos, constituída apenas por indivíduos altos, fortes, claros e inteligentes, representando assim, de acordo com critérios arbitrários, uma raça superior às demais”, afirma o biólogo.
Ariano é uma palavra que deriva de arya (“nobre”, em sânscrito) e serviu para denominar um povo de origem pouco conhecida. Diferente do que as pessoas pensam, “os arianos não são uma raça, e sim um grupo lingüístico, mais conhecido como indo-europeu”, diz o historiador Robert Rozett, da biblioteca Yad Vashem, em Israel.
De tempos em tempos ressurgia alguém das cinzas defendendo o conceito de que a raça humana tinha uma linhagem pura que era superior às demais. Por exemplo, em meados do século 19, o diplomata e escritor francês conde de Gobineau propôs o conceito de “raça ariana”, defendendo a superioridade dos brancos sobre negros, amarelos e semitas.
Mas o exemplo mais terrível da história, que deixou um rastro de sangue em sua passagem pelo mundo, foi o da Alemanha Nazista. Comandado por Adolf Hitler, o exercito nazista assassinou milhares de pessoas que ele considerava da “raça inferior”. Entre elas, idosos, crianças e deficientes físicos.
O ódio de Hitler não era só voltado às raças, mas também a grupos específicos de pessoas. Entre os principais grupos de pessoas que não mereciam viver, segundo Hitler, estavam:
- Judeus
- Negros
- Ciganos
- Deficientes físicos e
- Testemunhas de Jeová
Hoje em dia, o conceito de raça pura felizmente caiu em descrédito, afinal, o longo processo de miscigenação desde a fundação dos alicerces da terra desencadeou uma mistura tão grande de raças que não existe nenhum grupo humano racialmente puro.
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