As figuras de linguagem classificadas como figuras de construção têm como característica alterar a estrutura de um texto em prol da expressividade do que se quer comunicar. A elipse entra nesta classificação justamente por esse motivo. A alteração da estrutura textual ocorre quando há a omissão de palavras sem prejuízo da compreensão da frase.
Pleonasmo e anáfora, que também são figuras de palavras, utilizam do exagero de sentidos ou de repetição de termos para expressar uma ideia. No pleonasmo, o exagero é a quantidade desnecessária de palavras diferentes com o mesmo sentido. Na anáfora, há a repetição das mesmas palavras ou termos no início de uma mesma frase e com o mesmo significado. Enquanto, na elipse, isso não chega nem perto de acontecer.
Quando omitimos, por exemplo, uma preposição ou um pronome, o denominado sujeito oculto, utilizamos a elipse.
Porém, diferentemente do que você possa pensar, para haver uma elipse, o termo implícito não deve ter sido utilizado anteriormente no texto.
Vamos ver exemplos dessa figura de linguagem.
Exemplos de elipse
Os exemplos abaixo são os que mais utilizamos em nosso dia a dia. Repare que a intenção é de que a frase seja compreendida mesmo que algum termo esteja implícito:
- “Da janela do meu quarto, a chuva refrescando as plantas do quintal”;
- “Fiz isso porque já deveria ter feito há muito tempo”;
- “Em plena meia noite na rua, nenhum outro ser humano”;
- “Na cozinha, carne de porco, costela bovina e muita linguiça. Tudo para um bom churrasco”;
- “Chegamos ao zoológico. Nas árvores, os macacos. Nos lagos, os jacarés. Dentro das cercas terrestres, os temíveis leões”.
No primeiro exemplo, houve a omissão do verbo ver. Seria “Da janela do meu quarto, vi a chuva refrescando as plantas do quintal”.
No segundo exemplo, foi emitido apenas o pronome pessoal “eu” do início da frase. Sendo assim um verbo oculto que podemos determinar por causa da conjugação do verbo fazer.
Do terceiro exemplo, foi omitido o verbo “haver”. No quarto exemplo, também houve a omissão do mesmo verbo “haver” e também do verbo “fazer”. No último, foi omitido, por três vezes, o verbo “estar”.
Note bem que, em nenhum dos exemplos, você ficou sem compreender a frase por completo. Tudo é uma questão de saber interpretar o contexto da narrativa e identificar o que está subentendido.
Então, vamos utilizar um exemplo de elipse que ocorre na canção “Não mais”, de Victor & Léo:
- “Hei. Foi tudo tão de repente. Simplesmente não mais ficaria sem você. Sem você, não mais. Hei, tem coisas que a gente faz e diz tanto faz. Só diria pra você. Sem você, não mais. Sem você, eu era sozinho sem saber. Sem você, nada inesquecível pra viver. Sem você, não mais. Não mais”;
Você consegue encontrar onde, neste trecho da canção “Sensações”, de Paula Fernandes, há elipse?
- “Agora sou um vento só, a escuridão, eu virei pó, fotografia, sou lembrança do passado. Agora sou a prova viva de que nada nessa vida é pra sempre até que prove o contrário”.
Confira ainda: Compania ou Companhia.
Elipse X Zeugma
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