Significado de Ego e suas vertentes na psique humana.
Já ouviu expressões tais como: “ego inflado” ou “ego superestimado”? Já parou para pensar o que essas expressões realmente significam? Neste artigo consideraremos qual é o significado da palavra ego e as vertentes da palavra.
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Significado de ego segundo o dicionário Aurélio:
- Substantivo masculino
- Parte central ou nuclear da personalidade de uma pessoa.
- [Psicanálise] Segundo Freud, a personalidade que, no âmbito psíquico, influencia o comportamento de alguém, partindo de suas próprias experiências e controlando suas vontades e impulsos.
- Conceito que alguém tem acerca de si mesmo.
- [Figurado] Excesso de consideração, de adoração por; apreço exagerado por si mesmo.
- Etimologia (origem da palavra ego). Do latim ego, eu.
- Ego, a partir da interpretação filosófica, significa o “eu de cada um”, ou seja, o que caracteriza a personalidade de cada indivíduo.
Agora que o significado ficou mais claro, é importante entendermos exatamente o sentido da palavra e como ela está intimamente ligada à psicologia.
Sentido da palavra Ego
Geralmente a palavra ego está ligada a Psicanálise e aos campos da Filosofia. Existe uma teoria dentro da Psicanálise que o ego é composto por três pilares principais: o ego, o superego e ID.
O ego é como se fosse o super-herói que conserva a sanidade. Como assim? Ele é o principal responsável por ativar as defesas da consciência humana e impedir que os conteúdos do inconsistente passem para o campo da consciência.
O ego também separa o que é realidade e o que é imaginário, ele coloca tudo em seu devido lugar, no inconsciente, e processa o que é realidade.
Em suma, oego:
- Ativa mecanismos de defesa
- Controla o superego e o ID
- Protege cada memória no lugar certo
- Processa o que é real e o que é imaginário
Mas o ego também tem funções especiais em relação aos outros dois pilares: o superego e o ID. Antes de comentarmos um pouco sobre essa relação, acompanhe a seguir o que cada um representa.
Superego – um conselheiro silencioso
O superego funciona como uma bússola interna de cada ser humano. O norte sempre apontará para os valores morais, conceitos e definições do ambiente em que a pessoa foi criada.
Se a bússola interna apontar para o norte e a pessoa não corresponder a esse instinto natural de preservação de valores, é quase certo que a consciência do individuo pesará, pois ele agiu contra seus próprios conceitos de moral. Não deu ouvidos ao superego.
Em suma, o superego:
- Age como um guia (a consciência);
- Manda sinais de que o individuo fez algo contra seus próprios valores de moral;
- Controla o ID e seus instintos primitivos.
É isso que veremos no próximo tópico: como o superego controla uma das partes mais recônditas da mente, o ID.
ID – uma vertente importante do ego
O ID é uma importante vertente da tríade do modelo psíquico. É o lado mais primitivo do ser humano. É lá onde todas as vontades se fazem presentes. É como se o ID fosse o instinto nato de cada pessoa.
O ID é responsável pelos desejos, vontades e pulsões íntimas e profundas que são ditadas segundo o ambiente em que a pessoa foi criada.
O ID controla:
- Impulsos animalescos
- Vontades e desejos primitivos
- Pulsões e interesses
- Prazeres secretos
Dito de maneira simples, o ID define a personalidade mais recôndita de cada um. E deve ser controlada pelas duas outras partes da tríade do modelo psíquico.
Tríade do modelo psíquico e Freud
Como já vimos no artigo, todas as partes dos pilares do ego são importantes. O ego tem como papel fundamental harmonizar os desejos do ID com a realidade e a sensatez do superego. Assim, o ego suprime os desejos primitivos do ID com “medo” dos castigos do superego – uma consciência pesada.
Ao mesmo tempo, o ego concede certa liberdade para o ID, desde que esta não afete os valores morais individuais.
Para o pai da psicanálise, Sigmund Freud, a mente humana reage de acordo a cada acontecimento vivenciado pelo indivíduo. Isso se relaciona com a base do conceito sobre o ego. Como assim? O ego conserva eventos vivenciados no subconsciente para que a pessoa não tenha sua saúde mental afetada.
Ou seja, Freud explica que todo evento psíquico é determinado por eventos anteriores e o ego também se baseia na existência do inconsciente, que se manifesta de diferentes modos na saúde mental.
Alterego e os transtornos dissociativos de personalidade
Já ouviu falar do filme Fragmentado? Esse filme, que foi sucesso de bilheteria e estrelado por James McAvoy, narra a história de um homem que possuía dentro de si vinte e três personalidades diferentes.
Embora seja uma ficção, a história do filme mostra como funciona a mente de uma pessoa que sofre de Transtorno Dissociativo de Personalidade. A definição da palavra alterego refere-se a um “segundo eu” ou “outro eu”.
Geralmente, quando isso acontece, o consciente do individuo está tentando protege-lo de algum acontecimento da vida que trás muita dor para ser lembrado. Podem existir vários motivos para que a pessoa assuma um alterego:
- Abuso infantil
- Morte de pai ou mãe
- Acidente de qualquer natureza
- Ambiente infantil precário
- Morte do cônjuge
- Presenciar um assassinato
- E outros tipos de traumas.
A mente de uma pessoa que sofre desse tipo de transtorno “apaga” qualquer vestígio do acontecimento traumático, ou seja, guarda a sete chaves no subconsciente e dificilmente coloca a informação para fora.
Pode ser que a pessoa assuma a identidade de um amigo de confiança para que consiga se esvair da realidade que vivenciou. Geralmente, a pessoa não faz ideia de que exista outra personalidade (ou várias) dentro de si.
Cada trauma ou acontecimento difícil de suportar pode ser a força motriz que leva o ego a tentar se defender e assumir uma nova personalidade, escondendo a verdadeira atrás de uma barreira de proteção extremamente segura.
Tratamentos médicos podem ajudar pessoas que sofrem de Transtornos Dissociativos de Personalidade.
O alterego na literatura assume outro significado. Geralmente, um autor ao contar uma história “materializa” o personagem em sua mente e coloca em papel. Geralmente, esse personagem é denominado alterego do próprio autor.
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