O paradoxo está presente na linguagem de algumas pessoas, mas principalmente em produções culturais. Trata-se de uma contradição intencional de termos para traduzir uma ideia através de determinada expressão. Essa é uma característica das figuras de pensamento, na qual o paradoxo está classificado.
Porém, não é o mesmo que a antítese. Esta, por sua vez, é apenas a aproximação de palavras ou termos com ideias opostas em uma mesma frase para dar mais intensidade ao que se quer expressar.
Já vimos sobre a antítese. Agora, vamos aos exemplos de paradoxo e, a partir daí, vamos diferenciar essas duas figuras de pensamento.
Exemplos de paradoxo
Compare essas duas frases do exemplo:
- “Entre tapas e beijos, segue nosso casamento”;
- “Seu beijo na minha boca foi um tapa no meu rosto”.
Qual delas você acha que é a antítese e qual você acredita ser o paradoxo. A primeira frase é uma antítese por causa da aproximação entre duas palavras que se contrastam. Uma significa violência e outra denota o amor. Um contraste vivido nesta relação amorosa.
Já o segundo exemplo é um paradoxo por ser dita em forma de contradição justamente para representar que aquele ato que seria de amor, na verdade, foi algo ofensivo à pessoa que recebeu o beijo. Além disso, o segundo exemplo também pode ser classificado como metáfora (clique aqui).
Conseguiu compreender a diferença? Então, vamos agora acompanhar este outro exemplo:
- “O cão planejou roubar a comida da dona dele”.
Esta frase pode ser classificada de duas formas, todas como figuras de pensamento: paradoxo e personificação. Esta última consiste em atribuir algo racional a um ser irracional, como quando falamos com nossos animais e pedimos para que eles respondam.
Porém, como a frase parece ser totalmente contraditória, pois um cachorro não tem raciocínio lógico, é classificada também como paradoxo. Assim, um animal irracional não pensa de forma lógica e, portanto, não planeja nada. Contudo, há de se concordar com o quão “maquiavélico” o animal pode ser pelo fato de ele ter esperado a dona se distrair para que pudesse pegar a comida do prato. A contradição no enunciado foi intencional para destacar a “esperteza” do animal.
O paradoxo também pode ser semelhante a outra figura de pensamento que é a ironia. Exemplo:
- “Este jumento é muito inteligente”;
- “Você conseguiu tirar nota baixa na disciplina mais fácil. Você é tão inteligente”.
No primeiro exemplo, podendo ser classificado também de personificação, é uma contradição um animal ser inteligente.
No segundo exemplo, o fato de uma pessoa não conseguir tirar notas satisfatórias na disciplina mais fácil o fez ganhar o rótulo de “inteligente”. O segundo exemplo tanto pode ser um paradoxo quanto uma ironia (clique aqui).
Os exemplos a seguir não se assemelham à antítese, ironia nem à personificação:
- “Só agora que estou cego é que posso ver quem você é”;
- “Quer voar tão alto sem colocar os pés do chão primeiro”;
- “Você é tão pobre que a única coisa que você tem é dinheiro”;
- “Ele é um verdadeiro mentiroso”.
Paradoxo: conheça essa figura de linguagem
Conseguiu compreender? Você pode se aprofundar mais vendo outras figuras de linguagem. É só continuar em nosso blog.