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Poemas de Manuel Bandeira

Poemas de Manuel Bandeira

Poemas de Manuel Bandeira

Selecionamos nesta postagem alguns Poemas de Manuel Bandeira, escolhidas pelos usuários do nosso site por serem excelentes recursos para trabalhar com alunos em sala de aula a partir da elaboração de Atividades, Planos de aula e projetos.

Manuel Bandeira, nasceu no dia 19 de abril de 1886, em Recife, Pernambuco, alem de professor, historiados e escritor também era critico de arte. Bandeira foi adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora.

Poemas de Manuel Bandeira

Confira os 7 lindos Poemas de Manuel Bandeira, escolhidos por nossos leitores:

Andorinha

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ANDORINHA LÁ FORA ESTÁ DIZENDO:
— PASSEI O DIA À TOA, À TOA!
ANDORINHA, ANDORINHA, MINHA CANTIGA É MAIS TRISTE!
PASSEI A VIDA À TOA, À TOA.

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Tema e Variações

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SONHEI TER SONHADO
QUE HAVIA SONHADO.

EM SONHO LEMBREI-ME
DE UM SONHO PASSADO:
O DE TER SONHADO
QUE ESTAVA SONHANDO.

SONHEI TER SONHADO…
TER SONHADO O QUÊ?
QUE HAVIA SONHADO
ESTAR COM VOCÊ
ESTAR? TER ESTADO.
QUE É TEMPO PASSADO.

UM SONHO PRESENTE
UM DIA SONHEI.
CHOREI DE REPENTE,
POIS VI, DESPERTADO,
QUE TINHA SONHADO.

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Porquinho da índia

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QUANDO EU TINHA SEIS ANOS
GANHEI UM PORQUINHO-DA-ÍNDIA
QUE DOR DE CORAÇÃO ME DAVA
PORQUE O BICHINHO SÓ QUERIA ESTAR DEBAIXO DO FOGÃO!
LEVAVA ELE PRA SALA
PRA OS LUGARES MAIS BONITOS MAIS LIMPINHOS
ELE NÃO SE IMPORTAVA:
QUERIA ESTAR DEBAIXO DO FOGÃO
NÃO FAZIA CASO NENHUM DAS MINHAS TERNURINHAS
– O MEU PORQUINHO DA ÍNDIA FOI A MINHA PRIMEIRA NAMORADA.

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Trem de Ferro

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CAFÉ COM PÃO
CAFÉ COM PÃO
CAFÉ COM PÃO

VIRGE MARIA, QUE FOI ISTO, MAQUINISTA?

AGORA SIM
CAFÉ COM PÃO
AGORA SIM
VOA, FUMAÇA
CORRE, CERCA
AI SEU FOGUISTA
BOTA FOGO
NA FORNALHA
QUE EU PRECISO
MUITA FORÇA
MUITA FORÇA
MUITA FORÇA

OÔ…
FOGE, BICHO
FOGE, POVO
PASSA PONTE
PASSA POSTE
PASSA PASTO
PASSA BOI
PASSA BOIADA
PASSA GALHO
DA INGAZEIRA
DEBRUÇADA
NO RIACHO
QUE VONTADE
DE CANTAR!

OÔ…
QUANDO ME PRENDERO
NO CANAVIÁ
CADA PÉ DE CANA
ERA UM OFICIÁ
OÔ…
MENINA BONITA
DO VESTIDO VERDE
ME DÁ TUA BOCA
PRA MATÁ MINHA SEDE
OÔ…
VOU MIMBORA VOU MIMBORA

NÃO GOSTO DAQUI
NASCI NO SERTÃO
SOU DE OURICURI
OÔ…

VOU DEPRESSA
VOU CORRENDO
VOU NA TODA
QUE SÓ LEVO
POUCA GENTE
POUCA GENTE
POUCA GENTE…

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Irene

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IRENE PRETA
IRENE BOA
IRENE SEMPRE DE BOM HUMOR.
IMAGINO IRENE ENTRANDO NO CÉU:
– LICENÇA, MEU BRANCO!
E SÃO PEDRO BONACHÃO:
– ENTRA, IRENE.VOCÊ NÃO PRECISA PEDIR LICENÇA.

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O Bicho

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VI ONTEM UM BICHO
NA IMUNDÍCIE DO PÁTIO
CATANDO COMIDA ENTRE OS DETRITOS.
QUANDO ACHAVA ALGUMA COISA
NÃO EXAMINAVA NEM CHEIRAVA:
ENGOLIA COM VORACIDADE.
O BICHO NÃO ERA UM CÃO
NÃO ERA UM GATO,
NÃO ERA UM RATO.
O BICHO, MEU DEUS! ERA UM HOMEM.

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Teresa

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A PRIMEIRA VEZ QUE VI TERESA
ACHEI QUE ELA TINHA PERNAS ESTÚPIDAS.
ACHEI TAMBÉM QUE A CARA PARECIA UMA PENA.

QUANDO VI TERESA DE NOVO
ACHEI QUE OS OLHOS ERAM
MUITO MAIS VELHOS QUE O RESTO DO CORPO
(OS OLHOS NASCERAM E FICARAM DEZ ANOS
ESPERANDO QUE O RESTO DO CORPO RENASCESSE)

DA TERCEIRA VEZ NÃO VI MAIS NADA
OS CÉUS SE MISTURARAM COM A TERRA
E O ESPÍRITO DE DEUS VOLTOU A SE MOVER
SOBRE A FACE DAS ÁGUAS.

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Poemas de Manuel Bandeira para imprimir

Confira os Poemas de Manuel Bandeira mostrados acima para imprimir.

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